Mesmo em tempos de calamidade na
saúde pública, valor dos remédios passarão a ficar mais caros no Brasil. Nesta segunda-feira
(1), a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) permitiu
que o preço das drogas fossem reajustados em 5,21%.
O mercado tinha passado por 60
dias de paralisação na atualização das tabelas comerciárias, sob decreto
do governo, mas a partir de agora voltará a ser modificado. O novo crescimento
já foi publicado no Diário Oficial e passou a valer imediatamente.
Inicialmente, com a chegada da
pandemia do novo coronavírus em todo o território nacional, o
presidente Jair Bolsonaro anunciou ter feito um acordo com a indústria
farmacêutica para que as modificações nos preços de revenda dos remédios
ficassem suspensas por 60 dias.
O projeto foi aprovado e se
manteve ao longo dos meses de abril e maio, conforme validação da
CMED.
No entanto, passado o período
acordado, a organização voltou a se articular para elevar o valor das drogas.
As reuniões foram realizadas ao longo da última semana e, após a confirmação da
nova tabela, não houve uma nova tentativa de congelamento por parte do
governo.
Posição da indústria farmacêutica
sobre reajuste no valor dos remédios
Quando Bolsonaro resolveu fazer
um decreto impedindo os novos reajustes, o acordo foi feito em parceria com
a Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac).
Na época, o presidente da
entidade, Henrique Tada, alegou que a medida era de extrema necessidade do
período de crise e que não ocasionaria em danos para o setor.
No entanto, já o Sindicato da
Indústria Farmacêutica (Sindusfarma), informou que não foi consultado a
respeito do congelamento e que a aprovação do novo aumento é “absolutamente necessário para
viabilizar a operação da indústria farmacêutica no país, garantindo assim o
fornecimento normal de medicamentos para a população.”
A entidade defende que o
crescimento será de apenas 4,08% e não afetará o bolso da população.
Segundo ela, o valor precisa ser modificado para poder garantir o funcionamento
do próprio setor, tendo em vista os gastos realizados com o
novo coronavírus e também a elevação do dólar que torna a
comercialização dos produtos mais cara.
“Ressalte-se, ainda, que os
valores sobre os quais o reajuste incide são relativamente baixos. Por exemplo,
no Brasil uma caixa de medicamento genérico custa pouco mais de seis reais, em
média, e um medicamento similar ou novo, menos de vinte reais, segundo o último
levantamento da CMED, de 2018”, diz a nota da entidade.
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