Os moradores das periferias
brasileiras estão muito preocupados com o coronavírus e acreditam que a
quarentena é o melhor remédio para combater a pandemia da doença no País.
Segundo pesquisa feita pela agência da publicidade Responsa - especializada em
ações de marketing para comunidades - mostra que 96% dessa população acredita
na eficácia do isolamento social para conter a contaminação.
A pesquisa ouviu 525 pessoas de
várias partes do Brasil, com 40% de concentração em São Paulo, entre os dias 25
e 28 de março. Todos os entrevistados pertencem às classes C, D e E.
Segundo o chefe de criação da
agência, Samuel Gomes, que vive na Vila Guarani, na zona sul de São Paulo, a
preocupação é explicada pela estrutura da vida em comunidades de renda mais
baixa. "Todo mundo vive muito junto na periferia - avós, pais, filhos e
tios. E sabemos, por enfrentarmos a realidade do SUS e do transporte público,
que a transmissão da doença vai afetar principalmente a gente."
O temor da falta de dinheiro e do
desemprego também aparece com força no levantamento. Segundo a pesquisa, apenas
52% das pessoas estão trabalhando normalmente ou em home office. O restante se
divide entre os que já não trabalhavam (30%), empregados que deixaram de
receber salário (11%) e demitidos por causa da crise (4%).
Diante dessa realidade de
desencanto com a ajuda oficial, Gomes - conhecido no mercado publicitário como
Samuka - diz que as empresas podem ocupar o vácuo de assistência deixado pelo
governo. A pesquisa mostrou que 81% dos entrevistados acreditam que as marcas
podem fazer alguma coisa para ajudá-los nesse período de confinamento, seja com
doações de alimentos e álcool em gel ou com informações e entretenimento. As
informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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